As igrejas são essenciais! Ato comemorado pelas igrejas em
muitas cidades, após apreciação e aprovação de projetos em diversas câmaras
municipais pelo país.
No entanto, essa lei não torna apenas a igreja essencial, nivela a igreja ao mesmo
nível de qualquer culto. Isto é, se a igreja é essencial os cultos de matriz
africana (como candomblé e umbanda), são essenciais; o espiritismo com todas as
suas variantes é essencial; a feitiçaria a bruxaria; a maçonaria, e até mesmo
os cultos que declaradamente adoram a Satanás são essenciais.
Assim, o que vale para a igreja de Cristo, vale para qualquer
seita e heresia, qualquer coisa que possa ser considerado religião. Então nesse
momento, enquanto alguns celebram essa “conquista”, eu me pergunto, o que
realmente é a igreja? Qual é exatamente o papel da igreja na sociedade, se
agora todas as religiões e seitas foram equiparados dentro da lei?
Será
que não estamos dando a César demais aquilo que é próprio de Deus? Será que não
estamos cedendo demais aos interesses deste mundo e esquecendo-nos de quem realmente
somos diante de Deus? Será que não estamos caminhando para uma espécie de “ecumenismo”
institucionalizado?
A liberdade de culto, de expressão da religiosidade são garantias
constitucionais, é bem verdade. O que percebemos, todavia, com essas leis que
garantem a “essencialidade” das igrejas, não seriam apenas uma abertura para
projetos maiores, quem sabe, engendrados por algum anticristo? Não estou aqui,
portanto, defendendo nenhuma teoria da conspiração, mas a suma é: se toda e
qualquer religião é essencial, qual o papel da igreja nesse novo contexto?
Nesse contexto de “essencialidade”, precisamos (para não ficar
para trás), mostrar ao mundo quem realmente somos, e realmente fazermos a
diferença na sociedade, mostrar que a nossa essência vai muito além de templos
abertos ou fechados, pois não é isso que nos constitui essencial. O que
nos torna essencial não é o bem que fazemos a sociedade em termos de ação
social ou cuidado dos problemas emocionais, pois, segundo a lei todas as religiões
e culto promovem isso. Para nos destacarmos precisamos ampliar o alcance da
nossa mensagem, o que nos distingue das outras religiões e cultos é o Cristo
ressuscitado, a esperança da glória. A mensagem de esperança que temos em Jesus
é o nosso diferencial.
A
igreja não precisa de lei para ser essencial, a igreja é
essencial porque a essência da igreja é Cristo. Parafraseando
Jesus: “Não fiquemos contentes por termos sido incorporados aos setores
essenciais da sociedade, fiquemos felizes, por termos os nossos nomes inscritos
no livro da vida, por fazermos parte da igreja dos santos em Cristo, herdeiros
de Deus e co-herdeiros com Cristo”! É isso o que de fato nos torna essenciais!
Judson Silva
Lima, pastor