quarta-feira, 28 de outubro de 2009

De Volta para o Presente

Atos 2.42-47
Quando eu leio esse texto, algumas perguntas me vêem à mente: Esse padrão de comportamento dos antigos cristãos, seu estilo de vida pode ser desfrutado, ou repetido nos dias atuais? É possível praticar as mesmas coisas que eles praticaram quanto à vivência diária (vender suas propriedades e bens, por exemplo, e redistribuindo igualitariamente)? Será que algum de nós hoje estaria pronto, ao receber seu salário, ou após ter vendido uma propriedade, entregar este valor integralmente na igreja para ser redistribuído de modo igualitário? Será que nós podemos hoje ser hospitaleiros como eram os primeiros cristãos, recebendo nossos irmãos em casa e repartindo com ele nossos víveres?
Para respondermos a essas e outras questões é preciso notar alguns dados contextuais. Primeiro, a igreja estava em sua fase inicial (século I d.C.), em seus primeiros anos após a morte, ressurreição e ascensão de Cristo. Era composta por pessoas recém saídas do judaísmo que abraçaram a fé cristã após a pregação de Pedro. A sociedade era simples, composta por pescadores, comerciantes, algumas pessoas marginalizadas da sociedade que haviam crido no evangelho, os “ex”s (prostitutas, paralíticos, leprosos, publicanos, pecadores). A relações sociais eram bastante estreitas, baseada nos laços familiares.
Quanto à experiência eclesiástica (ou eclesiológica), esta estava em seu nascedouro. Não havia ainda uma instituição chamada “Igreja”. Não havia um clero especifico para atender as necessidades da comunidade, havia, sim, um espírito comunitário que unia as pessoas num propósito comum. Neste momento, ainda não havia interesses pessoais em voga (pelo menos não nesse primeiro momento).
Alguns conceitos ainda não haviam sido desenvolvidos, como Igreja, ministro/clero, sacerdócio, a questão referente aos dias de adoração, a questão do lugar da adoração (a igreja no primeiro século não possuía o conceito de “templo” que nós possuímos hoje), isto é, não havia um lugar único para a celebração. Algumas questões passavam por longe, como a existência de um hinário, púlpito, E.B.D., entre outras. A comunidade cristã do primeiro século era bastante simples. Para termos uma idéia, somente no quarto século aparece o primeiro “templo” cristão, já na igreja instituída por Constantino imperador romano. Antes disso, a igreja se reunia “de casa em casa”, nos períodos de perseguição, muitas comunidades cristãs se escondiam em cavernas e catacumbas (antigos cemitérios romanos). Não havia necessidade de um templo, pois cada crente tinha consciência de ser ele templo do Espírito Santo!
Mas é claro, a igreja não ficou presa no século I, nem tampouco a Jerusalém e arredores. A igreja cresceu, de 12 tímidos homens, passou para 120, para 3000, para 5000, até alcançar todo o império romano, causando um grande incômodo para os imperadores, os quais empreenderam todos os recursos disponíveis para deter o avanço “destes que tem alvoroçado o mundo”.
Os anos se passaram. Algumas adaptações foram necessárias. Elegeram pessoas para cuidarem das necessidades materiais dos pobres existentes na igreja (At 6), bispos/pastores para supervisionarem o rebanho. Paulo enfatizou a necessidade do exercício dos dons espirituais para a edificação da igreja. Problemas surgiram quanto ao culto, sendo necessária algumas orientações dos apóstolos quanto à liturgia nas reuniões públicas, visando o bem estar da igreja e a salvação dos ouvintes. Havia agora muitas comunidades cristãs (igrejas), às quais tinham problemas específicos, sendo necessárias instruções especificas a cada uma delas, como testificam as epístolas.
Tendo contato com diferentes culturas e práticas religiosas as mais variadas, a igreja começa a se corromper. Práticas pagãs tentam se infiltrar na igreja através de pessoas convertidas das religiões judaicas e pagãs, passando a igreja por grave crise moral. Isso denota o desejo da igreja de se relacionar com o mundo de modo amigável, sem ferir os desejos das pessoas (isso se parece muito com a forma de ser cristão dos nossos dias!).
Esse encontro, ou melhor, casamento, entre a igreja e o paganismo ocorre na época de Constantino.
Após longo período de perseguições, em 325 d.C. o Imperador Constantino torna a religião cristã, religião oficial do Império. Aqui começa as principais deturpações pela qual a igreja passa. Muitas das festas pagãs são incorporadas ao cristianismo (Natal, São João, etc). O clero é agora subordinado ao Estado, a liturgia é feita em prol dos interesses do imperador. Os templos pagãos, tornam-se templos cristãos. As filosofias romanas substituem as Escrituras, surgem os dogmas, a tradição se fortalece em detrimento da Palavra de Deus. As decisões dos concílios substituem a autoridade dos apóstolos.
São quase mil anos de obscuridade espiritual, destarte haver grupos cristãos que perseveraram nos princípios bíblicos sem se corromperem.
Em 1517, um monge agostiniano, chamado Martinho Lutero, publica suas 95 teses contra a venda de indulgências como meio de se angariar a salvação, e outras aberrações da Igreja Medieval. Sua atitude provocou uma “Reforma” na igreja. Essa reforma produziu os chamados protestantes, que, separados da igreja oficial (Católica Apostólica Romana), empreendem um movimento que alcança muitos países europeus, nascendo daí as igrejas nacionais.
As mudanças que daí surgem serão apenas no âmbito das idéias, nas doutrinas (especialmente a que diz respeito à salvação pela fé somente e a centralidade das Escrituras). É claro que há mudanças litúrgicas, como a “missa” celebrada na língua nacional, uma maior importância à musica no culto, são mudanças significativas, mas sem muito impacto no que diz respeito a princípios basilares exarados nas Escrituras.
A reforma que Lutero e os outros reformadores (Calvino, Zuinglio, etc) empreenderam, estava centralizado na doutrina (salvação), não na Igreja. Conceitos como templo, clero, liturgia, permaneceram quase inalteráveis. As comunidades cristãs permaneceram ainda dentro de um templo, ao redor de um clero, num dia de domingo.
Fazia-se necessário, portanto, uma reforma na igreja, no s eu conceito e suas formas.
Passaram-se quase quinhentos anos, e agora é hora de voltarmo-nos para as Escrituras, redescobrirmos os primeiros cristãos, é preciso hoje verificar os valores da igreja do primeiro século, e desfrutarmos de um novo mover de Deus, isento do tradicionalismo hermético, e partirmos para uma vida em comunidade, uma comunidade significa para os dias atuais, que cause impacto nas vidas. É preciso recuperar a igreja, leva-la para desfrutar de uma intensa koinonia.
O que pretendemos hoje, não é retroceder a 2000 anos atrás, para fazermos as coisas da mesma forma como fizeram os primeiros cristãos; mas, buscar os princípios exarados nas Escrituras que nortearam a vida dos primeiros cristãos. Talvez não consigamos fazer tudo quanto eles fizeram, mas devemos compreender o que os levou a viver aquele estilo de vida e, então, buscarmos correspondentes no século XXI, conhecendo a nossa realidade e os anseios do homem moderno, aplicarmos os princípios aprendidos à nossa realidade, a fim de conseguirmos os mesmos resultados a que eles chegaram (“louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”).
Talvez, para que isso aconteça será preciso mexer em estruturas antigas, a fim de alcançarmos o ideal divino de comunidade. Alguns princípios bíblicos com certeza irão contrariar nossas estruturas mentais formadas durante longos séculos de tradição cristã. Conceitos serão revistos, práticas eclesiásticas perderam seu sentido de ser, a partir do momento que os valores que os cristãos do primeiro século desenvolveram se incorporarem em nossa realidade presente. Portanto, precisamos estar preparados para o mover de Deus nesse propósito!

O DESAFIO DO MINISTÉRIO PASTORAL

Judson Silva Lima, 25/09/2003.

Aos meus colegas concluintes do curso Bacharel em Teologia, diante do desafio de serem pastores segundo o coração de Deus.

Porque, persuado eu agora a homens ou a Deus? ou procuro agradar a homens? Se estivesse ainda agradando a homens, não seria servo de Cristo.” (Gl 1.10)

Estamos chegando ao fim de uma caminhada de fé: a conclusão do curso de Bacharel em Teologia, numa instituição que estamos vendo nascer, florescer, da qual nos sentimos parte constitutiva. Iniciada com esforço e dedicação, tanto da parte dos que idealizaram esse projeto, como dos que nele foram iniciados.
Semelhante a “cobaias” numa experiência de laboratório, que – apesar da incredulidade de alguns, que viram esse sonho como uma fraude, ou um fracasso – está dando certo, produzindo seus frutos já espalhados em nossa região, multiplicando o sonho de uma instituição de formação de futuros líderes espirituais, capazes de dialogar com Deus e com os homens, comprometidos com o evangelho do reino, que muito tem a contribuir tanto para a nossa denominação (batista), quanto para todo povo de Deus que anseia por líderes capazes de ensinar a Palavra da Verdade com amor e zelo.
Quantas experiências vividas, quantas lições aprendidas. Amizades aqui nasceram, compromissos mútuos foram firmados. Fomos profundamente marcados por homens e mulheres que, amando ao Senhor, puderam impregnar em nossas mentes e caráter o significado de ser verdadeiramente cristão.
Os relacionamentos que pudemos estabelecer, nossos contatos nos corredores, nossas conversas coletivas ou particulares. Nossas mágoas, angústias, decepções foram ouvidas por pessoas que, apesar de falhos como nós, dividiram seus ombros conosco, enxugaram nossas lágrimas. Colegas, professores, funcionários, todos eles envolvidos com as nossas vidas, intercedendo ao Pai por nós quando nos víamos em angustia e solidão. Companheiros. Envolvidos todos num mesmo ideal, em um mesmo sonho, de sermos não apenas uma instituição de formadores de teólogos, desprovidos de compromisso com a vida comunitária, sem o ardor e fervor missionários, apartados do mundo real; mas, sim, homens e mulheres comprometidos com Deus, sua Palavra e as pessoas que Ele nos entregou para ministrar-lhes, que sofrem, choram, sentem dores no corpo e na alma, ansiosas, esperando-nos para ouvir a palavra que alimenta, cura e restaura.
Alguns aqui vieram estudar apenas para ter uma formação teológica, a fim de auxiliarem em suas igrejas, servindo na escola bíblica ou na evangelização do bairro onde sua igreja está localizada, mas ao se aprofundarem nos estudos teológicos, e percebendo a realidade espiritual e social do mundo ao seu redor, sentiram a necessidade de realizar algo mais. Pastorear uma comunidade de fé, então, tornou-se paulatinamente o sonho de muitos. Poder ajudar os que sofrem, padecem as mazelas e injustiças sociais. Orientarem os jovens e crianças, cada vez mais ameaçados pela cultura de massa, alienados de uma vida sem Deus. Amparar o ancião, abandonado, carente de afeto e cuidados especiais. Enfim, servir a Deus num mundo cada vez mais distante dEle. Eis o desafio dos que estão concluindo o curso de teologia e estão sendo lançados no mundo da incompreensão e da insensatez, a fim de lutarem por um mundo mais justo, mais humano, mais cristão.
Os bacharelandos em Teologia, então, têm uma grande missão a cumprir diante de Deus e dos homens. São chamados a uma missão quase impossível, que somente aqueles realmente comprometidos com o Cristo ressuscitado, podem levar a cabo a missão de proclamar, num mundo que aprendeu a crer num Deus distante e indiferente, a realidade viva de Deus, encarnando as verdades reveladas por Ele em sua vida diária, sendo ele instrumento capaz de fazer conhecido este Deus nas experiências concretas dos homens e mulheres a quem ministra.
O nosso chamado, então, não é para uma vida centrada em nós mesmos, mas um viver para Deus e para o outro. O nosso chamado não é para agradarmos a nós mesmos, ou aos homens que esperam ser satisfeitos pelo nosso serviço religioso, mas ao Deus que nos chama para servi-lo.
Quantos pastores-teólogos que, na prática pastoral, se esqueceram do seu chamado primordial (agradar a Deus), abusando de sua posição diante uma comunidade de fé, sendo, ao invés de pastores de ovelhas, lobos devoradores; sugando as energias do rebanho, deixando-os fracos e doentes, presas fáceis de Satanás? Quantos têm se esquecido que a sua principal tarefa é serem agradáveis a Deus e, com medo de perderem seus privilégios que a “profissão” oferece, deixa-se corromper, adulterando até mesmo a Palavra de Deus, a fim de serem agradáveis e aceitos pelos homens que pagam seus salários?
É necessário ter-se cuidado para não sermos reprovados por Deus.
Jesus disse algo que pode ser aplicado à nossa situação: “Pois que aproveitaria ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma?” (Mc 8.36). Parafraseamo-lo assim: Que adianta ao pastor ganhar a atenção de todos os homens e no fim ser rejeitado por Deus?
O trabalho pastoral requer um compromisso total com Deus. O apóstolo Paulo diz em 1 Co 4.2 que o que Deus requer de cada um de nós é fidelidade. Essa fidelidade a Deus, algumas vezes, será contrária aos interesses e desejos dos que nós estaremos ministrando, ou à instituição na qual estaremos servindo. O desafio do pastorado, então, será dizer não quando todos pensariam que diríamos sim. Tudo isso pelo dever de sermos agradáveis a Deus.
O ministério pastoral, então, torna-se um grande desafio ao nosso ego que precisa ser submisso à cruz de Cristo, devendo morrer para dar lugar ao Espírito de Cristo em nós. Aquilo que mais valorizamos (nós mesmos) precisa sair de cena, o Cristo deve aparecer. O Deus feito homem precisa encarnar-se em nossa pregação pública (ou particular) e orientação espiritual aos que regularmente ministramos, ou nos abordam quando entristecidos pelo pecado, com seus corações cheios de culpa, ou sofrendo por estarem desesperado devido a perda do emprego, ou a esposa(o) que o(a) abandonou, por ter descoberto um câncer, ainda pela perda de um ente querido. Essas pessoas querem ouvir mais que palavras agradáveis proferidas por homens de lábios impuros que habitam no meio de um povo impuro (Is 6), eles precisam ouvir a voz de Cristo: “Vinde a mim, todos que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas” (Mt 11.28,29). Assim como Jesus devem dar a vida pelas ovelhas que se encontram sob seus cuidados (Jo 10.11); conduzi-las aos pastos verdejantes (Sl 23), pois hão de dar conta delas quando o Sumo Pastor vier do céu com seus santos anjos (Hb 13.17).
Diante disso, os futuros pastores, que, após o enfretamento dos anos cansativos, mas ao mesmo tempo edificantes dos tempos de seminário, serão recebidos e consagrados por diferentes confissões de fé evangélica ao ministério pastoral, devem submeter-se aos ditames do Deus que o vocacionou para tal mister, acima dos seus interesses pessoais (sejam eles pastorear uma grande igreja, recebendo um ótimo salário, ou administrar uma organização cristã de cunho social, que venha a render-lhe prestígio e reconhecimento social) ou institucionais. Os jovens pastores devem saber que agradar a Deus está acima de qualquer coisa, até mesmo da família.
Ao deixarem o ambiente do seminário teológico, no qual são formados conceitos (e pré-conceitos), onde a fé, no contato inicial com temas teológicas que contrariam nossa formação cristã inicial adquirida de nossas igrejas tradicionais de teologia ortodoxa, saem com uma visão ainda inerme, que será moldada na prática pastoral. No entanto, é nesse contato com a realidade paroquial (longe da casa), que nascem os pastores que agradam a Deus. Aqueles que não se deixam corromper com os que já estão contaminados com as imundícies deste mundo, amando mais ao dinheiro que a Deus, ou tentando agradar a homens que não querem ter um real compromisso com o Cristo.
A saída do seminário, a conclusão de um curso teológico e, para os que vão seguir a carreira pastoral, a ordenação ao ministério, deve constituir-se num movimento para a mudança, para a recuperação dos valores pastorais que foram maculados durante os longos anos de trabalho pastoral ordenado (profissional). Deve-se batalhar por uma ética pastoral essencialmente cristã, desprovida de um manto confeccionado pelos valores deste mundo secularizado que cada vez mais tem descaracterizado o ministério pastoral biblicamente definido. Estar disposto antes a morrer do que ceder às tentações que o oficio pastoral se nos apresenta. Tentações estas que não implicam no ser do ministério em si, mas naquilo que se pode ser quando se usa o ministério para benefício próprio, ou da classe.
É preciso ter-se cuidado com o despojo.
Durante o processo de formação teológico-pastoral é que nascem os mercenários, os falsos pastores e os hipócritas. É aí que se aprende as manhas e artimanhas ministeriais. Ao entrar no ministério propriamente dito, no contato com outros pastores, filhos do sistema (para não dizermos filhos deste mundo), são surpreendidos por uma estrutura mais interessada em agradar aos homens e as instituições do que a Deus. Comprometidos mais com o poder secular (deste mundo) do que com o Evangelho, que “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Os novos teólogos-pastores que estão sendo formados nas mais diversas instituições teológicas (particularmente os que aqui no STBG recebem sua graduação) devem seguir a recomendação do apóstolo Paulo aos Romanos: “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E NÃO VOS CONFORMEIS com este mundo, mas TRANSFORMAI-VOS pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1,2 – grifos meu).
O futuro do ministério pastoral, portanto, está nas mãos – e pés – dos jovens teólogos-pastores que estão se formando em nossos seminários. Esta nova geração de líderes tem uma grande responsabilidade diante de si: serem agradáveis a Deus. Porém, não será fácil, pois muitas praticas já estão sedimentadas e os que está há mais tempo no ministério irão optar pelo status quo, não quererão as mudanças, pois estas poderão tirá-los dos postos e privá-los dos privilégios que alcançaram. Mas pastores que querem ser agradáveis a Deus não ministram por privilégios ou recompensas neste mundo (é claro que conseqüentemente podemos ser reconhecidos pelo trabalho que desempenhamos), não estão em busca de grandes igrejas, ou altos salários e benefícios humanos (casa, plano de saúde, carro, etc.), e sim em serem servos de Deus e dos homens, pois assim como o nosso Mestre não veio para ser servido, e sim para servir, e dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10.45), assim devem ser os teólogos-pastores. Que saem dos seminários teológicos confessionais para o serviço no mundo.
Assim, eis a questão que todo seminarista, concluinte dos cursos de teologia devem fazer constantemente: que tipo de pastor devo ser? Um que agrada a homens, submetendo-se aos ditames dos caprichos pessoais de grupos ou instituições? Ou que estão dispostos a pagar o preço, mesmo que isto lhe custe a própria vida, ou a desaprovação dos homens e das instituições religiosas das quais fazemos parte, a fim de em tudo sermos agradáveis a Deus? Eis o dilema no qual homens pecadores, chamados por um Deus santo, terão que enfrentar. Pois, “se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo”.