segunda-feira, 29 de março de 2010

COMUNHÃO COM DEUS

1. INTRODUÇÃO

O ser humano foi criado para viver em comunhão com o Seu Criador. O salmista diz que Deus criou o homem um pouco menor do que os anjos e o coroaste de glória e honra (Sl 8.5). O ser humano, portanto, é a obra prima de Deus. Após ter feito todas as coisas colocou o homem no jardim para que administrasse todas as coisas.
Para compreendermos a relação do ser humano consigo mesmo e com o outro, é preciso antes de tudo pensar no relacionamento pessoal entre o homem e Deus. A forma como a pessoa se relaciona com Deus irá determinar o nível de envolvimento com o seu semelhante.

2. CRIADO À IMAGEM DE DEUS

Deus criou o ser humano pensando no relacionamento que ele poderia ter com sua criação. Ele não criou uma máquina, ou uma marionete que ele pudesse manipular. Deus criou alguém com quem ele pudesse conversar, compartilhar seus sonhos e projetos.
O ser humano foi criado imagem e semelhança de Deus. Mas em que consiste essa “imagem” e “semelhança”?
2.1. O homem é um ser racional (Gn 2.19,20) – somente o ser humano é capaz de pensar sobre a sua própria existência. Diferentemente dos animais o homem é capaz de criar e interpretar o mundo que o envolve.
2.2. O homem é um ser moral (Gn 2.17) – Deus criou o ser humano com a capacidade de escolher entre o certo e o errado, o bem e o mal.
2.3. O homem é um ser responsável (Gn 3.9-13) – O ser humano é responsável diante de Deus, e da sociedade em que vive de todas as suas ações, sejam elas boas ou más, e é baseado na responsabilidade humana que Deus o julga.
2.4. O homem é um ser “espiritual” (Ec 3.11) – A Palavra de Deus diz que Deus colocou a eternidade no coração do homem. O espírito humano busca o Seu Criador. O homem cria a religião com esse propósito de encontrar-se com Deus. O ser humano tem sede de Deus (Sl 42.1).
Por que os homens são feitos à imagem de Deus? O caráter e as ações de Jesus serão um guia especialmente valioso nessa questão, já que ele foi o exemplo perfeito do que deveria ser a natureza humana:
a. Jesus tinha perfeita comunhão com o Pai. Enquanto estava na terra, comungava com o Pai e falava freqüentemente com Ele. A comunhão deles é vista com maior clareza na oração sacerdotal em João 17. Jesus falou sobre como ele e o Pai são um (v.21,22). Ele glorificou o Pai (1.1,4), e o Pai o glorificou e o glorificaria (v.1,5,22,24).
b. Jesus obedeceu perfeitamente à vontade do Pai. No Jardim do Getsêmani, Jesus orou: “Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia no se faça a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42). Aliás, em todo o seu ministério, a vontade dele era subordinada (Jo 4.34; 5.30; 6.38).
c. Jesus sempre demonstrou um grande amor pelos homens. Note, por exemplo, seu interesse pelas ovelhas perdidas de Israel (Mt 9.36; 10.6), sua compaixão pelos doentes (Mc 1.41) e aflitos (Lc 7.13), sua paciência e perdão para os que haviam falhado.
É intenção de Deus que um senso semelhante de comunhão, obediência e amor caracterizem nosso relacionamento com Deus e que os homens estejam ligados uns aos outros pelo amor. Somos completamente humanos apenas quando manifestamos essas características.[1]

3. APEREFEIÇOANDO NOSSA COMUNHÃO COM DEUS

3.1. Deixe Deus falar com você através da Palavra.
Aqui queremos destacar o estudo e a aplicação da Palavra de Deus à vida diária. O Salmo 119 é um longo hino dividido em 22 estrofes que exaltam a Palavra de Deus. Ali são usados vários sinônimos para descrevê-la: lei, juízos, estatutos, testemunho, preceitos, mandamentos, etc. Muitos adjetivos a qualificam: perfeita, fiel, reta, pura, limpa, verdadeira (Sl 19.8,9).
A Palavra de Deus refrigera a alma, dá sabedoria aos simples, alegra o coração, ilumina os olhos. Vale a pena, portanto, confiar na Palavra de Deus.
Deus fala conosco através das Escrituras. 2 Timóteo 3.16 diz que a Palavra de Deus é útil para ensinar, repreender, corrigir e instruir na justiça. No versículo anterior (15) ele diz que é esta mesma Palavra que produz salvação pela fé em Jesus (Rm 10.17).
Nós somos exortados ainda a não nos apartar da Palavra de Deus (Js 1.8), a meditar nela dia e noite (Sl 1.2), a guardá-la no coração para não pecar (Sl 119.11), a sermos cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes (Tg 1.22).
Em Hebreus 4.12 a Bíblia é comparada a uma espada de dois gumes, que é capaz de penetrar profundamente na mente e coração humanos, iluminando a nossa consciência e revelando os nossos pecados.

3.2. Fale com Deus através da oração.
Oração não é meramente falar com Deus, e sim ter comunhão com Ele. Quando estudamos ou ouvimos as Escrituras permitimos Deus falar conosco. Quando oramos Deus permite que falemos com Ele. Oração, portanto, é comunhão com Deus. É a criatura se aproximando em amor e adoração do Seu Criador.
Tanto Jesus quanto os apóstolos nos ensinaram a termos uma vida de constante oração. Jesus é o exemplo por excelência de alguém que prioriza a oração. Ele não tomava nenhuma decisão sem antes ter passado um tempo em oração (Lc 6.12,13; 26.36). Ele repreendeu os seus discípulos por não priorizarem momentos de oração (Lc 22.45,46; Mt 17.21), e também os ensinou a orar (Mt 6.9).
O apóstolo Paulo não apenas exortou a igreja a orar (2 Co 1.11; Ef 6.18; 1 Ts 5.17; Fl 4.6), mas ele mesmo possuía uma vida intensa de comunhão com Deus por meio da oração (Rm 1.10; Ef 1.16; Fl 1.4).
“A oração reside no cerne da vida cristã. Ser cristão não é cumprir especialmente uma série de deveres; é ter um relacionamento com Jesus Cristo. E o caminho mais característico para esse relacionamento se expressa na oração”.[2]

4. CONCLUSÂO

A Palavra de Deus sempre nos chama a buscarmos a Deus (Is 55.6; Jr 29.13; Mt 6.33), ela também afirma que Deus não está longe de nós (Sl 46.1; Is 59.1,2). Assim, Deus é quem está mais interessado em que tenhamos comunhão com Ele, pois foi para esse fim que Ele nos fez à sua imagem e semelhança. Se nós seguirmos o exemplo de Jesus então a nossa comunhão com Ele será aperfeiçoada. Através do Bíblia (Palavra de Deus) e da oração conheceremos melhor a Deus e seremos por Ele conhecido em todas as nossas necessidades.

REVISÃO
1) Que características o homem possui que revelam a imagem de Deus nele?
2) Qual a relação entre o Estudo da Bíblia e a oração para a uma vida de comunhão com Deus?



[1] ERICKSON, Millard J. Introdução à Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1997. Pg. 223-4.
[2] KEELEY, Robin (org.). Fundamentos da Teologia Cristã. São Paulo: Vida, 2000. Pg. 242.

terça-feira, 16 de março de 2010

VIVENDO EM COMUNHÃO

1. INTRODUÇÃO

Comunhão, o que é isso? Muitas igrejas têm sofrido o que podemos chamar a crise da comunhão, onde os irmãos tem se distanciado cada vez mais uns dos outros. Algumas vezes até se tem a impressão de que a comunhão está prevalecente, no entanto, quando se observa atentamente percebe-se o quão distante estamos do propósito de Deus para seus filhos e filhas. Se a igreja, portanto, manter essa postura perderá o rico privilégio que o Senhor nos confiou de atrairmos as pessoas para Ele, pelo contrário as afastaremos ainda mais da vida eterna que Deus pretende lhes dar.

2. Definindo Comunhão

A palavra comunhão vem do grego koinonia, que no Novo Testamento possui o sentido de associação, fraternidade, relacionamento íntimo, generosidade, participação, partilha[1], entre outros. Assim, comunhão (koinonia) é aquele aspecto da vida que nos faz ver o outro como parte integrante de nós mesmos. Envolve todas as dimensões da vida. Comunhão é participar da vida do outro.
2.1. Comunhão como associação (Gl 2.9; 1 Co 1.9) está relacionada aos interesses comuns de um grupo. A questão aqui é a seguinte: em torno de que eu devo me juntar a você? Existe aqui algo em comum entre eu e o outro. Esses interesses podem estar relacionados a esporte, cultura, artes, religião, etc.
2.2. Comunhão como relacionamento íntimo (2 Co 13.13; Fl 2.1) é o quanto eu posso me aproximar do outro sem ser por ele excluído. É o dar-se a conhecer ao outro e ser pelo outro conhecido.
2.3. Comunhão como participação (At 2.42; 1 Co 10.16; Fl 1.5) é o envolvimento na vida da comunidade. Somos chamados à comunhão não para sermos meros assistentes, passivos, mas participantes ativos. Por exemplo, Deus dá dons à igreja para que haja edificação mútua, isto é, participar de modo a contribuir para o crescimento da comunidade.
2.4. Comunhão como partilha (At 2.45; 2 Co 8.3,4) é ser generoso, é dar sem esperar receber nada em troca. É contribuir para o bem estar da comunidade.
A seguir veremos três dimensões da vivência em comunhão:

3. TRÊS DIMENSÕES DA COMUNHÃO

A comunhão do ponto de vista cristão possui três dimensões. Juntas irão determinar o modo como nos relacionamos. Quando uma delas está deficiente altera substancialmente as outras. Essas dimensões, portanto, são interdependentes. São três essas dimensões da vida em comunhão: comunhão com Deus, comunhão consigo mesmo, comunhão com os outros.

3.1.1. COMUNHÃO COM DEUS
Essa dimensão é essencial para que a comunhão consigo mesmo e com os outros ocorra de forma saudável e harmoniosa. No Éden Deus vinha na virada da tarde conversar com Adão (Gn 3.8). O ser humano gozava de uma perfeita comunhão com Deus. O homem foi criado imagem e semelhança de Deus exatamente para estar em comunhão com Ele (Gn 1.26,27). Existe uma expressão tanto no Antigo Testamento quanto no Novo que expressa muito bem essa idéia de comunhão com Deus: ANDAR COM DEUS. Vejamos alguns exemplos:
a) “Andou Enoque com Deus (...). Andou Enoque com Deus e já não era, porque Deus o tomou para si”. (Gn 5.22a, 24)
b) “Eis a história de Noé: Noé era homem justo e íntegro entre os seus contemporâneos; Noé andava com Deus”. (Gn 6.9)
c) “Quando atingiu Abrão a idade de noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda na minha presença e sê perfeito”. (Gn 17.1)
Assim, andar com Deus é estar em comunhão íntima com Ele. É compartilhar com Ele cada passo que nós damos, mas acima de tudo, é caminhar cada passo que Ele dá.

3.1.2. COMUNHÃO CONSIGO MESMO
A segunda dimensão está relacionada ao modo como agimos a nosso próprio respeito. O modo como nos relacionamos com nós mesmos irá determinar em muito como tratamos os outros. “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39) expressa exatamente essa realidade, o quanto você se ama será o quanto você será capaz de amar os outros.
Um dos aspectos da comunhão com você mesmo é a capacidade de conhecer a si mesmo. Conhecer suas limitações, seus pontos fracos e seus pontos fortes. Muitas pessoas nutrem um sentimento de inferioridade que o impede de desfrutar uma comunhão plena com os outros. Ele se desvaloriza tanto a ponto das pessoas vê-la e tratá-la a partir do modo como enxerga a si mesma. Comunhão consigo mesmo, portanto, consiste no quanto eu me amo, bem como no quanto eu sou capaz de me conhecer.

3.1.3. COMUNHÃO COM O OUTRO
A terceira dimensão da comunhão é a dimensão horizontal que diz respeito ao relacionamento com o próximo. “Mas quem é o meu próximo?” podemos perguntar com o fariseu (Lc 10.29b). O meu próximo não é apenas aquele que é igual a mim, mas também o que é diferente. É muito fácil sermos amigos, ou mantermos comunhão com alguém que nos identificamos. É claro que não devemos manter comunhão com aquilo que contraria a vontade de Deus. Por exemplo: que comunhão tem a luz com as trevas? Que comunhão entre Cristo e o maligno? Ou o crente e o incrédulo? (2 Co 6.14-16). Não podemos concordar com o pecado, mas precisamos amar os pecadores.
Precisamos ter a consciência de que não somos todos iguais. Somos indivíduos, temos personalidades e temperamentos diferentes, o que não podemos ser é individualistas. O ser humano foi criado para a comunhão. Quando Deus criou Adão criou logo alguém como ele para que não estivesse sozinho (Gn 2.18). A Bíblia afirma que é melhor serem dois do que um, por que se um cair o outro levanta o seu companheiro (Ec 4.9,10).
“Podemos pensar nas cordas do violão: elas não são iguais, mas quando estão afinadas (em comunhão) produzem melodias que alcançam o coração e tocam a alma. A comunhão é isto: estar com o coração afinado e em sintonia com os outros corações que o Senhor colocou em nossa vida. Todos somos chamados a viver e promover a comunhão dentro da comunidade dos cristãos.”

4. CONCLUSÃO

O salmista diz: “Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (Sl 133.1). Ele expressa nesse salmo a alegria da vida em comunhão. É uma experiência maravilhosa quando vivemos em comunhão. Todos ganham com isso. Primeiramente isso alegra o coração de Deus, segundo nos realiza enquanto pessoa, o que nos torna de fato humanos, e por fim nos tornamos canais de bênçãos nas mãos de Deus para abençoar outras pessoas. Vale a pena, portanto, desenvolver uma vida em comunhão.
[1] GINGRICH, F. Wilbur; DANKER, Frederick W. Léxico do Novo Testamento Grego/Português. Edições Vida Nova: São Paulo, 2000. pg. 118

Estou de Volta

Olá! Estou de volta ao blog.
Depois de quase cinco meses!
Mas, é isso mesmo...
Andamos, andamos...
E quase sempre,
Paramos no mesmo blog.
É, paramos para escrever
Tem que ser coisa útil.
Futilidades?........
A Net está cheia.
Bom.....
Deixa eu postar.
Antes que me torne inútil.