segunda-feira, 18 de abril de 2016

Igreja, Luz de Deus para a Cidade


14 Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; 15 nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa. 16 Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus. (Mateus 5.14-16)


Qual a missão da igreja? Qual a missão da igreja na cidade?
A missão da igreja é ser luz no mundo, luz na cidade. Que espécie de luz é essa que a igreja deve irradiar? Essa luz é a luz que vem de Jesus Cristo. Jesus mesmo disse: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue, de modo algum andará em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12).
O texto bíblico que lemos inicialmente Jesus fala com os seus discípulos que eles eram a luz do mundo, isso é, tinham como missão refletir a luz de Cristo por onde quer que andassem, deveriam espalhar com toda a intensidade o brilho de Jesus.
Essa luz que é Jesus na vida da igreja, igreja aqui entendida como os fiéis seguidores de Cristo, não deve esta escondida, oculta, nem tampouco ofuscada. Essa luz deve brilhar, brilhar e brilhar. Há um provérbio bíblico que diz assim: “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” (Pv 4.18)
A igreja é chamada a ser como um farol que ilumina as embarcações em alto mar que, de outro modo, tenderiam a ficar à deriva na escuridão da noite. A igreja aponta o caminho para Jesus, a Luz da Vida!
A igreja é chamada para ser um diferencial no mundo. Não é chamada meramente para ser diferente do mundo (ela está no mundo, mas não é do mundo – Jo 17.14,16). A sua vocação é para fazer a diferença no mundo. Se a igreja tornar-se como o mundo que diferença fará? Se a igreja refletir os padrões deste mundo, e não os de Cristo, para que servirá?
A igreja de Deus  deve ter a consciência do seu chamado e missão. Cada cristão precisa reconhecer o seu papel como agentes do Reino de Deus, luz na cidade. O nosso testemunho precisa falar mais alto. O nosso bom testemunho!
Precisamos entender, que como cristãos, nosso principal compromisso é com o Reino de Deus, com o evangelho de Jesus Cristo. Precisamos agir, reagir, pensar, refletir como quem possui a mente de Cristo. Nossas mãos, pés, boca, todo o nosso corpo, deve refletir a glória de Deus. O apóstolo Pedro escreveu: Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1Pe 2.9). Não podemos, em hipótese alguma, desprezar essa vocação, pelo contrário, deixamos de ser igreja de Cristo. Fomos chamados das trevas para a luz a fim de anunciar as grandezas de Deus!
Como luz do mundo, a igreja prima pela verdade, pela justiça, pela honestidade, pela compaixão.
A igreja promove a justiça e o bem estar social por meio da proclamação do evangelho de Cristo. A igreja compreende que não são as pessoas que mudam o mundo, a cidade, o Estado, o País. Não são os governos, os partidos, as leis, que mudarão a realidade à nossa volta. A igreja entende, e proclama que somente por meio do evangelho de Jesus o mundo poderá ser um lugar melhor.
A igreja entende que as mudanças verdadeiras e eficazes, não acontecem de fora para dentro, mas de dentro para fora. Quando o coração do homem encontra-se com o Cristo ressuscitado, a verdadeira transformação acontece. O problema das cidades, do país e do mundo, somente serão eficazmente e eficientemente resolvidos por meio do arrependimento e um voltar-se para Deus.

Assim, a igreja como luz do mundo deve continuar a exercer o seu chamado. Ser luz. Brilhar, brilhar e brilhar, até ser dia perfeito.

Judson S. Lima

terça-feira, 5 de abril de 2016

Reminiscências...


Muito, muito antes de ter ouvido falar em Calvino, Armínio, Lutero, Agostinho, conheci Adão, Noé, Abraão, Moisés, Sansão, Davi, Daniel, Jonas, Paulo, Jesus. Estes eram os meus heróis, o último era (e continua sendo) o meu preferido.
Quem me contou essas histórias não foram pessoas estudadas, eram, como costumamos dizer, pessoas leigas, mas que nutriam um  amor intenso pela Bíblia.
As mensagens que eu ouvia quando criança, na adolescência e juventude, não citavam teólogos, não havia defensores de escolas teológicas, não falavam nem de calvinismo, nem tampouco de arminianismo.
Eles falavam da Bíblia, citavam os autores da Bíblia. Contavam as histórias da Bíblia e aplicavam de forma apaixonada. Após o culto não discutíamos a posição teológica do pregador, seus "erros" de português, se o sermão era expositivo, temático ou textual. Queria saber apenas o que a Bíblia disse. Isso era suficiente.
Um dia me falaram de Agostinho, Pelágio, Lutero, Zwinglio, Calvino, Armínio, Karl Barth, Tillich, Bultman, Moltman, Oscar Culman, e outros. Falaram-me de semipelagianismo, supralapsarianismo, e outros ismos. Aprendi muito com aquelas caras já falecidos, com suas ideias e teorias. Devo muito a eles (ainda bem que não estão entre nós, o que me isenta de pagá-los!).
Gosto de teologia, e de teologar de vez em quando. Mas prefiro me debruçar sobre as Escrituras e estar sob os seus ensinos.
Aqui me apego a inocência da infância quando ouvia as histórias bíblicas e me deliciava, aos debates sem fim de conceitos e teorias.
 É claro e evidente, que existe um filtro social, histórico e teológico que me envolve, construído nas vivências pré-acadêmicas, acadêmicas e pós-acadêmicas, o qual me ajuda a refletir de forma crítica meu pensar e minhas ações - o pensar teológico.
A leitura bíblica, as histórias, a poesia, as músicas contidas na Bíblia ganharam novas notas, novas cores. Abraão, Jonas, Daniel, Paulo, não são, agora, apenas meus heróis. Seus pensamentos, suas palavras, sua fé, sua teologia, são inspirações para mim. Fazem com que eu reflita minha fé, meus conceitos e preconceitos, à luz das suas próprias experiências com Deus.
Não abro mão do estudo da teologia, no entanto, não posso perder a inocência da infância, nem tampouco perder a lucidez da maturidade.
A fé dos teólogos profissionais pode ser inspiradora, mas eu não quero perder a fé daqueles que se apegam às Escrituras, que, mesmo sem uma teologia forjada na academia, conseguem expor de forma clara, concisa e inspiradora as verdades de Deus reveladas no Livro Sagrado.
Não quero ser taxado de calvinista, arminiano, ou outra coisa. Espero ser reconhecido não pela minha teologia, mas pela minha fé. As teologias são transitórias, a fé dura para sempre. Prefiro me apegar àquilo que é eterno.
Continuarei a ler os grandes teólogos, os pensadores cristãos da atualidade. Talvez até escreva livros de teologia! Mas sem esquecer de quem eu sou e de onde eu vim, de uma comunidade que vivia pela fé.


Judson S. Lima